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'Quando fui ao médico, descobri que minha mandíbula estava deslocada', relata mulher sobre professor de Direito suspeito de crimes sexuais no RS

Professor de direito é investigado por crimes sexuais Uma das mulheres que dizem ter sido vítima de crimes sexuais pelo advogado e professor de Direito Conrad...

'Quando fui ao médico, descobri que minha mandíbula estava deslocada', relata mulher sobre professor de Direito suspeito de crimes sexuais no RS
'Quando fui ao médico, descobri que minha mandíbula estava deslocada', relata mulher sobre professor de Direito suspeito de crimes sexuais no RS (Foto: Reprodução)

Professor de direito é investigado por crimes sexuais Uma das mulheres que dizem ter sido vítima de crimes sexuais pelo advogado e professor de Direito Conrado Paulino da Rosa relatou à Polícia Civil e à reportagem da RBS TV episódios de violência física e psicológica que teriam acontecido durante o período em que se relacionou com ele. Também advogada, ela conta que conheceu Conrado em 2016, após uma palestra na universidade que estudava. Ela é uma das primeiras mulheres que afirmam ter sido vítimas do homem. A delegacia especializada já foi procurada por 12 pessoas. Justiça determina uso de tornozeleira eletrônica por professor Segundo o depoimento, os encontros que começaram de forma cordial e afetuosa rapidamente teriam se transformado em relações marcadas por agressões e abuso. "Ele batia como se fosse bater em um homem. Teve uma vez que eu achava que tinha dor de ouvido. Quando fui ao médico, descobri que minha mandíbula estava deslocada, porque ele me deu um tapa muito forte durante a relação", afirma. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A vítima relatou que, mesmo dizendo não, Conrado teria forçado relações sexuais sem preservativo e de maneira violenta já no primeiro encontro. "Eu dizia que não queria, mas ele insistia. Quando percebi que não tinha mais como evitar, pedi ao menos que usasse camisinha. Ele se negou e me machucou", diz. Relação marcada por violência e manipulação O relato também descreve o que sugere um ciclo de comportamento: após os episódios de agressão, Conrado teria retomado uma postura atenciosa, com gestos de cuidado e carinho. Essa alternância, segundo a vítima, a fez permanecer no relacionamento por meses, mesmo sofrendo violência física e emocional. "Antes, era um perfeito cavalheiro, uma pessoa, assim, que eu considerava uma autoridade. É que nem eu disse pra polícia. É difícil explicar isso. Como que você permite? Ao mesmo tempo que isso acontecia [as agressões], eu estava apaixonada por ele. E eu entendia que se eu não permitisse aquilo, ele não gostaria de mim. Eu acho que eram coisas que...Hoje eu enxergo que eram coisas que talvez ele colocava na minha cabeça", diz. A advogada relatou ainda que passou a trabalhar com hematomas pelo corpo, usava roupas de manga comprida no verão para escondê-los e desenvolveu crises de ansiedade e depressão. Advogado Conrado Paulino da Rosa Reprodução/Redes sociais Tentativa de alertar outras mulheres Segundo a vítima, ao perceber um padrão de comportamento, passou a alertar outras mulheres que se relacionavam com Conrado. "E eu tentava falar numa linguagem que era a seguinte: 'eu sei o que você está sentindo agora por ele, eu sei exatamente o que ele está fazendo para te conquistar. Mas...Acredite em mim que ele vai te fazer sofrer'", relembra. Na última semana, após o g1 trazer o caso a público, a Fundação Escola Superior do Ministério Público confirmou que demitiu Conrado. O Instituto Brasileiro de Direito de Família, instituição que ele presidia, também o afastou do cargo. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) abriu um processo ético-disciplinar contra ele. Mulheres contam ter sofrido violência sexual de professor de direito e advogado no RS RBS TV/Reprodução O que diz a defesa A defesa do advogado Conrado Paulino da Rosa se manifestou por meio da assessoria de imprensa, sustentando que ele tem cumprido "rigorosamente todas as determinações judiciais e aguarda o regular prosseguimento das diligências conduzidas pela delegacia especializada". Leia a íntegra abaixo Nota da defesa de Conrado Paulino da Rosa "A defesa do advogado Conrado Paulino da Rosa informa que ele tem cumprido rigorosamente todas as determinações judiciais e aguarda o regular prosseguimento das diligências conduzidas pela delegacia especializada. A defesa esclarece que apenas nesta data (23/09) teve acesso à integralidade do inquérito e segue analisando os fatos nele tratados. Reitera que sua atuação se dá com absoluto respeito às partes envolvidas e aos fatos apurados, preservando o sigilo dos atos, bem como os princípios da presunção de inocência e do devido processo legal. Permanecemos à disposição para prestar eventuais esclarecimentos." VÍDEOS: Tudo sobre o RS